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10 mitos verdes desmascarados


O verde é o novo preto. Vestir a causa verde, mais do que uma moda passageira, é uma camisa básica hoje. Na onda do ecologicamente correto, apareceram os edifícios verdes, os negócios verdes, computadores verdes e até uma Ferrari (!) verde. Mas, com tanto “verde” como palavra de ordem, até que ponto nossa mudança de hábitos, atitudes e tecnologias para salvar o planeta realmente saem do plano das boas intenções para virar algo significativo?
Algumas expressões que ouvimos no dia a dia com a bandeira da sustentabilidade, segundo a Fortune, podem ser “não tão verdes assim”. Confira algumas:

10.  Calças jeans feitas de algodão orgânico ajuda na preservação do meio ambiente.
NEM TANTO. Quando se trata de desperdício de água, jeans orgânico são tão ruins quanto os regulares. As estimativas variam, mas é preciso tanto como 2.100 litros de água para cultivar algodão suficiente – orgânicos ou não – para produzir apenas um par de jeans, não incluindo a água usada para tingir e acabamento do tecido.
Em lugares onde a água é um problema real, você tem que perguntar se a cultura do algodão é a melhor utilização dos recursos.
Poliéster reciclado pode ser a melhor aposta em termos de preservação dos recursos.
9. Alimentos orgânicos são produzidos sem pesticidas
Os alimentos orgânicos são melhores e têm maior valor nutricional do que os tradicionais porque são feitos sem pesticidas, certo? MAIS OU MENOS.

Alguns tipos de agrotóxicos são permitidos na agricultura orgânica, ao lado de técnicas alternativas, e vários deles são considerados letais para humanos mesmo em quantidades mínimas, como o sulfato de nicotina e calda sulfocálcica.
Isso não significa, porém, que os orgânicos não sejam um bom caminho para a conservação do solo, da água e para reduzir a poluição. Eles ainda podem ser uma alternativa para fugir dos índices alarmantes de agrotóxicos em algumas formas de agricultura tradicional, desde que sigam uma regulamentação única e precisa.

8. Comprar frutas e verduras locais é melhor para o meio ambiente


Sim, MAS depende de como sua comida foi produzida e entregue. A prática de comprar alimentos na feira da sua rua, por exemplo, pode ajudar pequenos fazendeiros e ser uma boa opção para fugir das filas do supermercado. Mas o hábito pode não ser o mais efetivo ecologicamente.
Getty Images
Um estudo da ONG Oxfam mostra que um tomate levado da Espanha para o Reino Unido pode ser mais “verde” do que um produzido numa estufa britânica. Isso porque a sua produção pode desperdiçar menos energia e/ou usar menos fertilizantes que degradariam o solo.

7. Carros são uns dos maiores emissores de gases que causam o efeito estufa



Sim, MAS os hambúrgueres e a carne para o churrasco do fim de semana podem ser pior. Segundo estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a pecuária é a maior fonte de emissão de gases causadores do efeito estufa. Ou seja, a carne vermelha tem 18% desses gases emitidos por ano, enquanto o transporte fica nos 13%.

6. Não tem problema colocar embalagem plásticas no microondas

Hum… Melhor NÃO, fique com os potes de cerâmica. Apesar do sinal que a maioria tem como “uso permitido no microondas”, isso não significa que o plástico não pode derreter ou quebrar lá dentro.  Pior: o policarbonato das embalagens plásticas contém a substância bisfenol-a (BPA), que pode contaminar a comida e afetar o sistema hormonal.
5. As sacolas de papel são melhores do que as de plástico
No dilema ao fim d

e longas horas de compras e filas no supermercado, “papel ou plástico”, fique com uma OUTRA opção: as ecobags. Pense em todas aquelas árvores trituradas e processadas para formar a sacola de papel. Além disso, estudos apontam que esse processo de produção da sacola de papel gasta quatro vezes mais energia do que para se fazer uma sacola de plástico.

As sacolas plásticas, no entanto, também não são inocentes. Elas não são facilmente degradáveis – dizem que o processo leva 300 anos (!). Na verdade, como a própria Fortune diz, independentemente da sacola que você usa, nós podemos estar comentendo um erro “ecologicamente” maior só de ir dirigindo para o supermercado…

4. Desligar os aparelhos eletrônicos economiza energia
Sim, MAS não tanto quanto a gente pensa. Ficam na tomada o computador, a TV, o microondas, o fax (para quem ainda usa) e até o carregador do celular – mesmo sem estar plugado no aparelho.  Tudo isso gasta a energia de “stand by”, também chamada de “energia vampira”. Pesquisas apontam  que 5% a 10% de toda a eletricidade gasta nas residências pode ser atribuída ao “stand by”.

3. Plantar mais árvores na cidade é bom porque elas absorvem carbono
Ninguém discorda do quão agradável é uma cidade arborizada. Plantar árvores é uma atitude ecológica porque traz vários benefícios, MAS o trabalho de conservação feito pelos caminhões da prefeitura inclui emissão de CO2 também, praticamente igualando o saldo final. Ou seja, só as árvores não são o suficiente.

2. Dirigir com o ar condicionado ligado desperdiça energia
Essa é boa para nós que vivemos nos trópicos. NEM SEMPRE dirigir com as janelas abertas economiza mais combustível do que ficar de janelas fechadas e ar-condicionado ligado. As janelas abertas provocam um aumento na resistência do ar e, assim, um gasto extra de energia. No tráfego para o trabalho, essa resistência é menor e realmente pode fazer sentido.

Mas na estrada, dirigindo em maior velocidade, a diferença entre o uso do ar-condicionado ou ter as janelas abertas é quase equivalente. Ou seja, o conselho é fazer o que lhe deixa mais confortável.

1. Fontes alternativas de energia

Podemos suprir nossa necessidade de energia sem provocar o aquecimento global com fontes alternativas de energia, como a energia eólica ou solar? TALVEZ sim, mas isso pode demorar bastante. A demora é justificável. A energia solar é geralmente duas ou três vezes mais cara do que a queima de carvão, enquanto a energia eólica ainda depende de circunstâncias climáticas.

E você, o que você faz para contribuir para termos um planeta mais sustentável?