 |
| 61% dos franceses acreditam que 2011 será um ano pior que 2010 |
Enquanto muitos países europeus ainda se recuperam do choque causado pelas crises econômicas, Brasil, Índia e China aguardam ansiosas por um 2011 que, acreditam, será de prosperidade econômica. E eles não são os únicos. De acordo com uma pesquisa divulgada na segunda-feira, 3 de janeiro, pela BVA-Gallup, outras nações, como Vietnã, Nigéria e Gana, estão confiantes no futuro.
Um dos destaques da pesquisa, que foi realizada entre outubro e dezembro de 2010, é o aumento da distância entre os “confiantes” países emergentes e as “temerosas” nações ocidentais.
A pesquisa avaliou 64.203 pessoas em 53 países e revelou que 49% da população do BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) confiam em que haverá melhoras econômicas ao longo do próximo ano. Nesses países, apenas 14% acredita que 2011 será um ano de dificuldades financeiras e 63% acha que haverá melhoras na vida pessoal.
Para 73% dos brasileiros 2011 vai ser melhor que 2010. O Brasil também se destaca como a população que mais confia na diminuição do desemprego e na melhoria da situação do mercado de trabalho.
Do lado pessimista da pesquisa estão os países europeus. Segundo os dados, apenas 15% dos indagados na Europa Ocidental apontam 2011 como um ano de prosperidade econômica, enquanto 45% vêem-na como estável, 38% como difícil e 3% não sabem.
Os franceses são os mais descrentes de que dias melhores virão: 61% da população acreditam que 2011 será de um ano de dificuldades financeiras e 67% acham que o desemprego irá aumentar.
Os britânicos ficaram em segundo lugar, com 52% de desiludidos quanto à situação econômica e 74% de crentes no aumento do desemprego. Os espanhóis também demonstraram pouca animação, com 48% de pessimistas, assim como os italianos, com 41%.
Os mais otimistas
Contrariando os maus presságios dos europeus, habitantes de países como Vietnã, Nigéria e Gana estão confiantes no futuro econômico dos seus respectivos países neste ano que acaba de começar.
Para 70% dos vietnamitas 2011 será um ano próspero, enquanto 80% dos sondados na Nigéria acreditam que sua situação pessoas este ano será melhor do que em 2010. No Iraque, apenas 12% da população está desanimada com as perspectivas para os próximos 12 meses, assim como apenas 14% dos moradores do Afeganistão.
Para os autores do estudo, não deixa de ser “surpreendente” que países como Kosovo e Paquistão estejam na lista dos dez que países que mais têm fé no futuro.
Segundo eles, o índice é um reflexo das mudanças políticas que, reais ou previstas, são mais determinantes que as perspectivas econômicas sobre a moral dos habitantes de lugares que enfrentam a pobreza e o terrorismo.
A pesquisa chega a afirmar que o bem-estar material não está vinculado, necessariamente, à capacidade de olhar para o futuro com otimismo.