É sabido que muitas pessoas baseiem sua visão extremamente otimista e ufanista quanto ao progresso do Brasil em uma sigla tida por mágica e por destaque entre os países emergentes, que é a sigla BRIC, formada pelas iniciais de Brasil, Russia, India e China.
Antes de qualquer coisa, cabe salientar que nem tudo são flores no que diz respeito ao desenvolvimento em tais países, sendo que apesar de todo o potencial, os empreendimentos feitos por investidores internacionais no que diz respeito a tais países tende a ser feito com grande dose de cautela.
O maior destaque neste bloco é justamente o enfoque no desenvolvimento principalmente na Ásia, sendo que o Brasil em si está em colocação excepcional em tal bloco, pelo fato de sua posição geográfica se situar na América do Sul.
Por ordem de interesse, relaciono aqui os quatro países que compõem tal bloco:
1) China – Apesar do baixo grau de abertura política, a China é o maior destaque dentro do bloco dos países emergentes, sendo por isso mesmo o principal destino dos investimentos feitos no bloco. O maior destaque é o seu grande parque industrial, baseado em parte em estruturas montadas por empresas multinacionais e em parte por empresas locais que utilizam da estratégia low-cost para marcar a sua posição no mercado. Possui um grande contingente de trabalhadores bem qualificados e um grande potencial no campo produtivo por conta desta mão-de-obra ser menos custosa que a dos países “desenvolvidos”.
O maior entrave para possiveis avanços, além de questões de natureza política, é um possível encarecimento das commodities, sejam elas alimentícias, sejam elas de fomento industrial, sendo o petróleo a mais preocupante destas commodities.
2) Índia – Ocupa uma posição geográfica estratégica no Sul da Ásia, tendo também uma grande população que pode servir seja como base de consumo, seja como mão-de-obra barata e de qualificação relativamente fácil.
Um dos maiores problemas é a baixa sustentação da economia interna, sendo que os vários bolsões de pobreza tendem a desfavorecer o desenvolvimento econômico do país como um todo.
3) Russia – Com importante área geográfica no leste da Europa e no norte da Ásia, possui grandes reservas de petróleo, sendo que grande parte delas na região meridional do país. Possui uma mão-de-obra altamente qualificada, fortemente desvalorizada no pós-guerra fria, mas que ainda assim pode fazer diferença no que diz respeito ao progresso do país.
Os maiores entraves ao desenvolvimento do país tendem a ser as questões de natureza política, bem como a alta dependência do carvão e de recursos não-renováveis no campo energético.
4) Brasil – Tido como o mais importante dentre os países da América Latina, possui grande potencial no campo agropecuário e extrativista, sendo por isso mesmo considerada uma área de enorme potencial em especial em tais áreas e na “indústria de base”.
Os maiores problemas são a falta de qualificação técnica de sua mão-de-obra e uma política periclitante baseada em medidas de natureza populista e protecionista, que nem de longe trazem segurança a investidores que tenham como objetivo construir uma estrutura de natureza produtiva no país.