O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta segunda-feira, em São Paulo, mudanças para o Censo Demográfico de 2010. Segundo a diretora de pesquisa Wasmália Bivar, os questionários domiciliares básicos terão perguntas sobre a renda de todos os membros da família, e não mais apenas do responsável. “Aumentou muito a importância da contribuição dos demais membros da família na renda, o chefe hoje não responde por mais de 65% dela”, disse a pesquisadora.
A partir de agosto do ano que vem, 230 mil recenseadores concursados pelo IBGE percorrerão cerca de 58 milhões de domicílios no primeiro censo totalmente digital da história do País. O gasto estimado é de R$ 1,4 bilhão. O último censo demográfico foi no ano 2000.
Outra das mudanças é que o censo básico de 16 perguntas – que chega à maioria dos domicílios – não abordará o grau de escolaridade da família. Segundo Wasmália, trata-se de uma opção para “dinamizar” o processo. “É uma opção pela operacionalidade do censo, inclusive porque muitos se confundem com as mudanças nos regimes escolares e, por exemplo, não sabem a diferença entre segundo grau ou ensino médio”, afirmou.
A pesquisadora disse que não haverá prejuízo ao estudo porque o questionário maior, chamado “amostra” – com 81 questões e que vai a cerca de 7 milhões de residências -, aborda escolaridade. “É possível fazer uma estimativa bem robusta sobre classe social abordando apenas a renda no básico e aplicando a estatística”, disse.
Ainda entre as inovações, o Censo de 2010 terá a opção de declarar casamento entre pessoas do mesmo sexo, investigará imigração para o exterior, movimentos internos no País e a questão indígena. “Fala-se em casa 210 línguas no País, sendo 180 idiomas indígenas”, disse Wasmália.
Resistência
Para combater a resistência em receber os recenseadores, haverá campanhas de convencimento nos meios de comunicação. Além disso, cada pesquisador terá um colete com um número gratuito para consultas ao IBGE e denúncias por mau comportamento. Segundo o instituto, a maior dificuldade é entrar nos condomínios de luxo. “Como há postos do censo nas comunidades, muitas vezes são os próprios membros dela que viram recenseadores”, disse Wasmália.
Fonte: Terra.com