O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (4) uma moção solicitando ao governo do Irã a comutação da pena e o perdão da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, condenada à morte por apedrejamento. A moção oferece ainda asilo no Brasil para a iraniana.
A moção é de autoria de Raul Jungmann (PPS-PE). Parlamentares da oposição destacaram as boas relações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o governo do Irã, enquanto os governistas destacaram que o próprio Lula já sugeriu dar asilo à iraniana no Brasil.
Presa desde 2006, Sakineh foi condenada a 99 chibatadas por adultério. Tempos depois, a reabertura do processo decidiu por sua execução. De acordo com a lei islâmica, a sharia, crimes como assassinato, estupro, tráfico de drogas, assalto à mão armada e adultério são passíveis de serem punidos com o apedrejamento.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio da Silva fez um apelo ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pela vida de Sakineh Mohammadi Ashtiani. Ele chegou a oferecer asilo a Sakineh, caso o Irã se dispusse a libertá-la.
O presidente brasileiro, que recentemente participou de negociações sobre um acordo nuclear com Ahmadinejad, citou a “amizade” entre os dois líderes. “Se essa mulher está causando incômodo, nós a receberíamos no Brasil de bom grado”, propôs o presidente.
Nesta terça-feira (3), porém, o Irã sinalizou que deve rejeitar a proposta de Lula. A repercusão internacional do caso, no entanto, fez com que o governo iraniano adiasse a execução da sentença de Sakineh, que pode ser mudada para a forca.
“Que eu saiba, [o presidente Luiz Inácio Lula] da Silva tem uma personalidade muito humana e emotiva e provavelmente não recebeu informações suficientes sobre o caso”, disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast.
G1