O texto final da Rio +20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, acaba de ser aprovado na plenária da conferência, entre palmas e vaias.
Até mesmo a União Europeia, principal derrotada pela proposta apresentada pelo Brasil, elogiou a atuação do país-sede na negociação do que eles chamaram de acordo possível.
Durante as negociações, o Brasil e a UE entraram em choque por causa do documento. A UE havia considerado a primeira versão do documento escrito pelo Brasil fraca e desequilibrada, pendendo demais para erradicação da pobreza e de menos para o pilar ambiental do desenvolvimento sustentável.
Para chegar à versão atual, foram cerca de 14 horas de reuniões que avançaram a madrugada. Antes, a delegação europeia havia sinalizado que queria estender as discussões até quarta-feira, data em que começa para valer a definição de itens a ser acordados pelos chefes de Estado e de governo que começam chegar à capital fluminense.
Ambientalistas presentes ao Riocentro, onde foi realizada a plenária, classificaram de “fracasso colossal” o rascunho final do texto da Rio +20.
“Os diplomatas no Rio decepcionam o mundo”, afirmou Jim Leape, diretor-geral do WWF. Segundo ele, faltou visão e liderança aos diplomatas. “Eles deveriam ter vergonha de sua incapacidade de encontrar consenso em um tema tão crucial.”
O texto brasileiro apenas reafirma os compromissos firmados 20 anos atrás, na Eco-92, mas não faz avanços significativos na agenda de desenvolvimento sustentável, à exceção do acordo em torno de lançar Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, criticaram.
O texto sobre oceanos, que o Brasil esperava ver como um dos principais resultados da conferência do Rio, foi piorado em relação à versão anterior do documento, afirma Matthew Gianni, da ONG High Seas Alliance.
Com informações da Folha Online