Fechando o OUTUBRO ROSA trago para vocês uma matéria interessante e que desmistifica as mulheres mastectomisadas, suas cicatrizes sua vida propriamente dita. Lembre-se de sempre fazer o auto-exame e mais que isso, exigir seus direitos junto ao atendimento público, conveniado ou particular. Prevenção é VIDA!
Acostumado a locações calculadas e produções plastificadas em uma carreira bem-sucedida na fotografia de moda, o norte-americano David Jay tomou um novo caminho há cerca de cinco anos, quando a irmã de sua namorada foi diagnosticada com câncer de mama. Duas semanas após receber o resultado dos exames a mulher passou por uma mastectomia, aos 25 anos. O artista norte-americano decidiu retratar o busto mutilado da cunhada para chamar atenção sobre o risco de incidência da doença em mulheres mais jovens do que os grupos visados pelas campanhas de prevenção.
Quando conheceu o resultado, a modelo surpreendeu o fotógrafo com uma reação empolgada; os retratos que revelavam a força estética das cicatrizes tornaram-se um ponto de apoio, uma inspiração para a jovem recém-operada, que classificou as imagens como “empoderadoras”. Desde então, a lente de David tem mirado menos as formas perfeitas das modelos de editoriais e cada vez mais a realidade das sobreviventes à cirurgia invasiva que é o recurso drástico na luta contra a doença.
O artista criou o projeto Surviving Cancer, Absolute Reality (Sobrevivendo ao Câncer, Realidade Absoluta), conceito resumido no termo inglês para cicatriz, SCAR. Inaugurada em outubro de 2010, a exposição reúne cerca de 30 retratos de mulheres entre 18 e 35 anos, que revelam em seminudez as marcas deixadas pela remoção das glândulas mamárias.
Mais do que um meio de conscientização pelaprevenção, as imagens arrebatadoras são um canal de expressão e autocelebração do orgulho que as mulheres retratadas carregam pela resistência: “para estas mulheres, serem fotografadas representa uma vitória pessoal sobre uma doença terrível”, afirma David. “As imagens ajudam-nas a reconquistar sua feminilidade, sexualidade, identidade e poder após serem roubadas de uma parte importante delas mesmas”, explica.
Indicado ao Prêmio Pulitzer, o trabalho foi compilado em livro e adaptado no documentário Baring All, que estreou em julho na TV norte-americana. No site oficial do projeto é possível adquirir o livro, entrar em contato com o artista e conferir as próximas datas da exposição.