A partir de 2011, os beneficiários do Bolsa Família passarão a receber o benefício do programa pelo celular. De acordo com reportagem desta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo, a novidade vai possibilitar à Caixa Econômica Federal entrar no mercado de prestação de serviços de telefonia.
Os telefones dos beneficiários do programa terão de ser equipados com um novo chip, que transforma o celular em um cartão de pagamento. Muitos beneficiários do Bolsa Família vivem hoje em locais onde não existem agências da Caixa, nem mesmo caixas eletrônicos em que seja possível sacar o dinheiro do benefício. A cobertura de celular, porém, está presente em quase todas as cidades do país – e deve chegar a todo território nacional até o final deste ano.
A mudança na forma de pagamento do benefício só foi possível por causa das novas regras para telefonia móvel implantadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Qualquer empresa pode, agora, associar-se às operadoras de celular e prestar serviços para seus clientes por meio da infraestrutura delas.
A tecnologia que permite o uso do celular como cartão de débito e crédito já existe no Brasil desde 2009, mas sua utilização ainda engatinha no país. Grandes bancos como Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil, porém, já têm projetos para massificar o uso desse sistema entre os brasileiros. A Caixa Econômica Federal também está de olho nesse mercado e decidiu iniciar sua atuação pelos 12,3 milhões de beneficiários do Bolsa Família.
A utilização do recurso é simples: basta aproximar o aparelho de uma base receptora no local em que se efetua a despesa. Um chip no celular transmite os dados do usuário, que são enviados juntamente com o valor da compra à central de processamento da instituição bancária. Ali, a transação é concluída, e o resultado é enviado ao cliente, que recebe o comprovante.
Por seguir os mesmos conceitos dos cartões de crédito e débito com chip, a tecnologia praticamente dispensa a participação das operadoras de telefonia. Também será possível sacar dinheiro em caixas eletrônicos de bancos concorrentes, mediante o pagamento de uma taxa. Os bancos, porém, ainda precisam fechar acordos para permitir a transferência dos valores.
A Caixa Econômica Federal não confirmou as mudanças.
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Via Exame