Não é simplesmente listar as melhores músicas do cinema nem as melhores cenas. Mas sim as melhores uniões entre música, ou qualquer coisa que se aproxime dela, e cena ou seqüência. E como música e cinema são as mais passionais das artes, não vamos cometer o crime de fazer um ranking como outro qualquer. Aqui, todas serão primeiros lugares!
E aqui vai o nosso primeiro primeiro lugar:
1. Psicose
A primeira que vem a mente quando pensamos na mistura entre cinema e música é o assassinato no banheiro. Na famosa seqüência, a personagem de Janet Leigh toma banho acompanhada de um som estridente, símbolo do suspense. A seqüência mudou a história do cinema por conta da montagem: até então nunca se fez uma montagem tão eletrizante! Mas, sem a música, a cena perderia a força, e sem esta, a música seria banal! Curiosidade: o sangue da cena era calda de chocolate!
Não importa em qual filme da franquia, o treinamento de Rocky Balboa ao som do “parapam, parapam” empolga qualquer platéia! A subida na escadaria da personagem está no inconsciente dos cinéfilos: no último filme da série, os créditos são acompanhados de cenas de pessoas subindo a famosa escadaria.
Tudo bem, a cada novo filme nova música de abertura – a de Cassino Royale teve uma abertura soberba – mas a música clássica, tocada na abertura de “O Satânico Dr. No” é a síntese do agente secreto. As melhores partes de qualquer filme de Bond têm a musiquinha ao fundo! Podem ressuscitar os Beatles, mas é difícil barrar essa música.
Um helicóptero. O tenente-coronel Kilgore (Robert Duvall) explica para o Capitão Williard (Martin Sheen) que gosta de colocar música para estimular seus soldados. Em seguida, vemos a formação de helicópteros atacando um vilarejo vietnamita ao som de “A Cavalgada das Valkirias”, de Richad Wagner. Uma das mais perfeitas junções entre uma música clássica – século XIX – e o cinema – a arte por excelência do século XX. Sinônimo da insanidade da guerra.
Primeiro, vem a música de abertura. Ela reina sozinha! É um pano de funda para lermos o prólogo do episódio. Mas, vai falar para um fã em mudar a melodia? A relação é simples: se ouvimos a música, lembramos do filme, se assistimos a qualquer cena, cantarolamos a música. Junto deste hino, temos a música tema de Darth Vader. Na sua primeira aparição, no começo do Episódio IV, ouvimos a música que cria o clima da cena. Mas, a imagem do vilão foi determinante para a música tornar-se sinônima de “lado negro da força”.
Sempre antes de um ataque, a música tocava. Mas nem sempre quando tocava, o tubarão aparecia. As primeiras cenas do tubarão eram acompanhadas pela música. Depois, bastavam os primeiros acordes para literalmente tocar o pânico na platéia. Genial! Ótima junção entre música e cinema.
Na parte mais famosa, Al Pacino, fazendo uma personagem cega, dança um belo tango com uma atriz tão bela quanto. Uma bela união entre imagem e música, que explica muito bem o espírito desta lista: poderia ser qualquer tango, mas tinha que ser a música portenha; ao mesmo tempo, se a seqüência não fosse composta do jeito que foi, perderia a força: um homem cego dançando um tango elaborado sem errar. Um charme!
“Tantantan
! Tantantan! Tantantantan!” ou “tatatata”, não sei como o internauta cantarola a música tema de Indy, mas ao primeiro acorde todos se lembram do chicote e do chapéu. Aliais, poderia colocar qualquer letra no começo deste parágrafo e disser que se tratava da música de Indiana Jones para vocês identificarem a melodia. Essa “simbiose” acontece em diversos filmes. Diante de tantas opções, Indy entra na lista pelo eterno carisma!
1. Casablanca
“Toque Sam”, diz Rick (Humphrey Bogart) ao ver Ilsa (Ingrid Bergman). Ok, nem todo mundo liga o filme a música “As Time Goes Bye”. Porém, quem viu o filme não esquece! Se nem a música você identificou, procure ouvir, é deliciosa!
Dissemos no começo que não haveria primeiro lugar. Mas se alguma produção poderia ocupar essa posição, uma forte concorrente seria o filme de Stanley Kubrick. Com escassez de diálogos, a músicas e ruídos pontuam as cenas. Na primeira parte, estamos na pré-história, assistindo à guerra ente ancestrais dos humanos. No fim, um primata lança um osso para o alto e somos lançados para o futuro. Aqui, o diretor apresenta a estação espacial ao som de “Danúbio Azul”. Kubrick conseguiu uma das mais perfeitas uniões entre imagem e música: como se os acordes da valsa de Johann Strauss comandassem os movimentos dos objetos em cena.