Viva a liberdade de imprensa!
Vivemos num tempo em que as informações chegam de forma “mágica” em nossas mãos, se agora iniciar um distúrbio em Nova Delhi, em menos de 30 segundos estaremos sabendo do que acontece. Se o vizinho chutar um cachorro e eu gostar de cachorro imediatamente filmo e posto na rede. Se minha namorada vacilar comigo mostro o que ela fez comigo naquela noite mais ousada.
Informação é algo que não falta nos dias de hoje, mas como sabemos o que é algo que realmente tenha alguma valia?
A imprensa é algo que definimos como os meios de comunicação trazendo informações compiladas e direcionadas. Desde sempre como hoje em dia segmentos da imprensa vem tentando direcionar a informação da forma mais “mastigada” possível devido a falta de capacidade dos “leitores” mais comuns de realmente compreender algumas informações. Ou não.
As informações na humanidade foram inicialmente repassada na forma das tradições orais, passado de geração em geração, “estórias”, “causos” era o que trazia informação e conhecimento naqueles tempos pré escrita. Nas cavernas foram encontrado pinturas rupestres onde se mostram caçadas, animais, rituais, e até mesmo o cotidiano em alguns casos.
Mas as primeiras formas de “imprensa” foi a do estado, na forma das leis divulgadas, no império romano, César colocava os feitos e realizações em placas espalhadas pelas ruas.
O grande “boom” da imprensa iniciou com a prensa de Gutemberg, quando foi possível dinamizar significativamente os escritos, e dali em diante aquilo que era segredo começou a ser contado aos poucos para todos.
A liberdade de imprensa é um dos fatores determinantes para o estágio social e civilizado que nos encontramos. As guerras antes eram vistas como feitos heroicos e se diziam que os homens morriam de forma lendárias, quase como que se esperassem as Valquírias* conduzirem os “eleitos” para um lugar abençoado por morrerem em combate. Muito da mudança dessa perspectiva se deve a imprensa, particularmente no caso do Vietnã, quando a presença da imprensa fez com que se revertesse a condição positiva de uma guerra.
Obviamente nem tudo é um paraíso ou um faz de conta que acontece… num ranking sobre liberdade de imprensa, onde foram mensurados 179 países, o nosso se encontra no nonagésimo nono (99) lugar, ficando atrás de alguns países como Jamaica, Gana, Tanzânia, ops… menti, em 2012 conseguimos a proeza de ir para cenptuagesimo oitavo (108).
A imprensa livre é o canal fundamental para a manutenção dos direitos civis pelo mundo. Mesmo com a imprensa atuando em vários lugares do mundo e do Brasil ainda tentam esconder a sujeira por debaixo do tapete.
Ainda exite a situação mais contraproducente, que são os “canais oficiais” de setores, quando em algum segmento da imprensa as informações são colocadas de forma a gerar um dano, como uma “fofoca”. Lembremos do caso da escola de Base, quando os diretores foram acusados de pedofilia injustamente, tendo inclusive sido vítimas de “linchamento” moral, assim como tivemos recentemente um caso semelhante no Paraná, onde funcionários de um parque itinerante foram acusados de estupro e morte de uma jovem. Claro que sabemos que em ambos os casos, policiais mal intencionados tiveram atuação fundamental, mas em se usando isso como referência aos diversos casos de verdadeiras execrações públicas. No direito o princípio é que todos são inocentes até que se prove o contrário. Em vários casos, apenas por surgirem suspeitas, pessoas em algumas casos honestas, são postas como representantes do mau. Ainda assim, sabemos também que muita falcatrua acontece, e quem nos defenderá? A imprensa livre.
Lidar com imperfeições são demonstração de amadurecimento, seja sob aspecto individual como coletivo, de forma alguma, os canais que trazem aquilo que acontece deve ser em momento algum calado. Cabe a nós a capacidade de aprofundar nossa análise sobre as informações que nos são trazidas em enxurradas… ou ainda acreditaremos no primeiro sorriso bonito que surgir em nosso caminho, dizendo-nos boa noite.
*Valquírias: Responsáveis por levar os mortos em batalhas aos céus na mitologia nórdica.