No primeiro dia útil após a retomada do Complexo do Alemão das mãos do crime organizado, a vida no conjunto de favelas na zona norte do Rio de Janeiro parece começar a voltar ao normal. O barulho dos blindados, as rajadas de tiros e o clima de guerra declarada deram espaço para uma relativa calmaria nesta segunda-feira (29).
Na rua Joaquim de Queiroz, um dos principais acessos usados para entrada de saída de moradores, vários trabalhadores eram vistos descendo o morro por volta das 6h30. Muitas pessoas estavam trancadas dentro de casa desde sexta-feira (26), quando o confronto entre traficantes e autoridades se intensificou.
Alguns blindados ainda podem ser observados fazendo rondas nas principais avenidas do Complexo. O número de policiais militares, no entanto, foi reduzido drasticamente, apesar de 90 homens do Bope terem passado a noite dentro do Alemão – efetivo foi substituído na manhã de segunda feira.
Homens da Polícia Civil e do Exército ainda são vistos na manhã desta segunda fazendo revistas em alguns pontos. A estratégia é tentar encontrar traficantes que possam estar tentando sair da comunidade disfarçados. De toda forma, o pente fino é bem mais permissivo do que as varreduras do final de semana, que não poupavam ninguém – senhoras, crianças e até deficientes.
O tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, do Bope, afirmou que cerca de 180 homens deverão atuar no Alemão. Segundo ele, o principal objetivo do trabaho é dar continuidade à varredura que está sendo feita na comunidade em busca de armamento, drogas e dos próprios traficantes que dominavam a comunidade. “Por enquanto, nossa prioridade é alcançar alguns pontos estratégicos. São mais de 30 mil casas no Complexo, então a vistoria casa por casa vai acontecer mais para frente”, disse.
O policial afirmou que nenhuma ocorrência de destaque foi registrada na manhã desta segunda-feira. Ele também confirmou que não há registro de homens do Bope feridos nas ações policiais de ontem e hoje.
Fonte: Bol Noticias