Itamaraty informa que as duas turistas estão bem de saúde; brasileiras foram levadas por grupo de beduínos na Península do Sinai
As duas turistas brasileiras que foram sequestradas neste domingo junto a um guia egípcio por um grupo de beduínos no sul da Península do Sinai, no leste do Egito, foram libertadas por seus sequestradores, confirmou o Itamaraty.
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Procurada pelo iG, a assessoria do Ministério das Relações Exteriores informou que as duas estão em boas condições de saúde e seguem a caminho do hotel, próximo ao Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, onde se encontram os outros brasileiros que estavam com elas no ônibus turístico, alvo da abordagem.
Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, na Península do Sinai, Egito. Duas brasileiras foram sequestradas em ônibus após visitar atração turística do século 6/Foto: Berthold Werner/ Wikimedia Commons
Segundo a agência de notícias egípcia Mena, as turistas brasileiras e o homem egípcio teriam sido libertados após a mediação de líderes das tribos beduínas da região. As mesmas fontes afirmaram que a libertação teria acontecido sem que fosse cumprida qualquer exigência dos sequestradores.
O porta-voz da coalizão de tribos do Sul do Sinai, Yuma Salim Barakat, disse que os xeques tribais teriam se deslocado ao local do incidente imediatamente após conhecer a notícia, e afirmou que as tribos rejeitam este tipo de sequestros de turistas, que afetam a vida dos moradores da região.
O sequestro ocorreu quando as turistas voltavam do histórico mosteiro, erguido no século 6, localizado no sudeste do sopé do Monte Sinai, em um ônibus que foi abordado por seis homens armados e mascarados, segundo o chefe de segurança no sul da Península do Sinai, Mahmoud Hefnawi.
O grupo viajava em um veículo 4×4 e interceptou o ônibus na região de Wadi Firan, no sul do Sinai. Apenas as duas mulheres e seu guia foram retirados do ônibus e levados pelos sequestradores para as montanhas. De acordo com o Itamaraty, havia 45 brasileiros no veículo.
Até o momento, o Itamaraty não confirma nem as identidades, nem as idades das vítimas.
Esse é o terceiro sequestro de turistas na região neste ano. Em fevereiro, beduínos sequestraram três turistas sul-coreanos na mesma região, pouco depois de um crime similar contra duas americanas e um guia egípcio, com a exigência de libertação de companheiros detidos.
As turistas americanas e o guia foram libertados rapidamente e sem ferimentos, assim como 25 trabalhadores chineses que haviam sido sequestrados em janeiro.
A Península do Sinai, desmilitarizada por causa dos acordos de paz de Camp David entre Israel e Egito (1978), transformou-se em um dos principais polos de atração turística do Egito, graças principalmente ao encantamento de sua costa e a centros históricos religiosos como o mosteiro de Santa Catarina. A pouco habitada região abriga a maioria dos resorts egípcios, ao mesmo tempo que é o local de moradia de grande parte da população beduína pobre.
Desde a revolta que derrubou o presidente Hosni Mubarak ano passado, a região do Sinai se tornou uma área ainda mais violenta, com ataques a delegacias de polícia e explosões frequentes contra oleodutos que levam gás ao vizinho Israel. Beduínos têm atacando postos policiais, bloqueado acesso a cidades e feito reféns para mostrar seu descontentamento com o governo do Cairo e para pressionar pela libertação de prisioneiros.
iG São Paulo/EFE