A população mundial chega, nesta segunda-feira, a 7 bilhões de pessoas, segundo estimativas das Nações Unidas, em meio a necessidades urgentes de redistribuição da riqueza para o combate a crescentes desigualdades.
Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o dia que marca a existência de 7 bilhões de seres humanos não é motivo de alegria. “Os recém-nascidos chegam a um mundo contraditório, com muita comida para uns e com a falta de alimentos para um bilhão de pessoas que vão dormir com fome todas as noites. Muitas pessoas gozam de luxuosos estilos de vida e muitos outros vivem na pobreza”, disse Ban em entrevista à revista americana Time.
O recorde demográfico deveria ser visto como “um chamado à ação”, insistiu. A nova cifra demográfica representa un incremento de 1 bilhão de pessoas em relação ao número anunciado em 12 de outubro de 1999, quando a ONU nomeou um recém-nascido bósnio, Adnan Mevic, como o habitante número 6 bilhões da Terra. O então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, foi fotografado em um hospital de Sarajevo, segurando Mevic em seus braços.
A família da criança vive, hoje, mergulhada na pobreza, o que explica, em parte, o fato de este ano não haver foto simbólica com o chefe da ONU para imortalizar o novo recorde demográfico. “Não se trata de números. Trata-se de pessoas”, disse Ban numa escola de Nova York semana passada.
“Serão sete bilhões de pessoas que vão precisar de alimentos em quantidade suficiente, assim como de energia, além de boas oportunidades na vida de emprego e educação; direitos e a própria liberdade de criar seus próprios filhos em paz e segurança”, acrescentou.
As Nações Unidas preveem que a Índia se converta no país mais povoado do mundo em 2025, quando seus habitantes somarem 1,5 bilhão, superando a China com 1,39 bilhão. A partir deste ano, a nação chinesa teria declínio populacional para 1,3 bilhão em 2050. Já a Índia continuaria a crescer e atingiria, em 2060, 1,7 bilhão antes de começar a declinar.
Enquanto isto, um relatório do Fundo de População da ONU (UNFPA) destaca que o mundo enfrentará crescentes obstáculos para criar empregos para as novas gerações, especialmente nos países pobres, e que a mudança climática e a explosão demográfica vão agravar as crises de fome e de seca.
Ao mesmo tempo, o envelhecimento da população se tornará um problema para o Japão e os países europeus, com suas repercussões afetando as políticas de migração, saúde e emprego, adverte o documento.
Com informações da AFP, Terra e National Geographic