Informações da Organização Marítima Internacional mostram que os piratas que atuam na costa da Somália mantêm atualmente 438 reféns e 20 navios presos. O sequestro de embarcações no chamado Chifre da África e se tornou um dos principais problemas do comércio marítimo internacional e foi discutido nesta terça-feira (9) no Conselho de Segurança da ONU.
Falando em nome do secretário geral, Ban Ki-moon, o subsecretário de Assuntos Políticos da ONU, Lynn Pascoe, disse que “a pirataria é uma ameaça que está atropelando os esforços da comunidade internacional para contê-la”
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Nos últimos anos, o sequestro de navios que passam pelo movimentado golfo de Áden, que separa a África da Ásia, tem sido frequente.
A falta de fiscalização e atuação livre dos piratas dificulta ainda mais a situação. A Somália, um dos países mais miseráveis do mundo, é considerada um Estado falido. O governo não tem controle sobre a maior parte do território, deixando impune o sequestro de embarcações.
ONU diz que é preciso dar opções aos somalis
Pascoe disse que enquanto a pirataria for lucrativa para os criminosos, e não houver outras opções de renda para os cidadãos somalis, o golfo de Áden continuará sendo um local perigoso para as embarcações.
A falta de fiscalização no local já fez países como Estados Unidos e China deslocarem embarcações militares à área, na tentativa de diminuir a ação dos piratas.
A precariedade de segurança também faz aumentar o preço dos seguros dos navios, e muitos precisam organizar comboios para atravessar a área, além de contratar escoltas.
Os somalis também são vítimas da própria pirataria, segundo o relatório A Globalização do Crime: Uma Avaliação sobre a Ameaça do Crime Organizado Transnacional, lançado em junho deste ano pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.
O crime prejudica o fluxo dos navios de ajuda humanitária na região. Cerca de 43% da população da Somália depende desse tipo de iniciativa para comer, informa o relatório, e aproximadamente 95% da ajuda chega por mar.