O comandante da Guarda Costeira dos Estados Unidos e chefe do combate ao vazamento de petróleo no Golfo do México, almirante Thad Allen, disse que o clima melhorou na região, e que a mancha, aparentemente, parou de avançar. “De alguma forma, está ocorrendo uma espécie de paralisia no momento”, contou Allen por telefone enquanto sobrevoava o Golfo do México. Ele advertiu, porém, a autoridades da Flórida e do Alabama que o litoral dos dois Estados corre o risco de ser atingido.
Allen afirmou ter pedido a cientistas da Agência de Pesquisa Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos que avaliassem se havia alguma corrente subaquática, talvez até mesmo a força da água vinda do Rio Mississippi, estava detendo o avanço da mancha. Equipes de limpeza aproveitaram a melhora nas condições climáticas nesta quarta-feira para queimar parte do óleo ainda na superfície, entre outras medidas adotadas com o objetivo de impedir que a mancha atinja diretamente a costa.
Ao mesmo tempo, o governo do distrito de Plaquemines Parish, no Estado da Louisiana, lançou hoje um esforço de última hora para tentar conter a aproximação de uma mancha de petróleo que avança pelo golfo em meio a relatos segundo os quais o vazamento já se encontra a pouco mais de dez quilômetros da praia. Uma embarcação transportando equipamento inflável para absorver e conter o deslocamento da mancha foi enviada à costa leste da Louisiana para funcionar como linha final de proteção, caso o petróleo que vazou de um poço submarino explorado pela British Petroleum passe para o oeste da foz do Rio Mississippi.
A finalidade do equipamento inflável é absorver e deter manchas menores que eventualmente se descolem do foco principal do vazamento e impedir que cheguem ainda mais perto da costa, ameaçando a pesca local. “Se o petróleo chegar aos rios e aos afluentes, ele vai começar a matar a cadeia alimentar”, disse Billy Nungesser, administrador de Plaquemines Parish, em entrevista à imprensa para anunciar o envio do barco. “O fracasso não é uma opção.”
Originalmente previsto para ontem e adiado para hoje por causa do mau tempo, o envio da embarcação ocorre depois de a tripulação de um barco piloto ter avistado o foco principal da mancha a pouco mais de dez quilômetros da costa, com algumas placas soltas três quilômetros adiante, mais perto do continente.
Hoje, pela primeira vez, a Agência de Pesquisa Oceânica e Atmosférica dos EUA previu a possibilidade real de a mancha atravessar para o oeste da foz do Mississippi, em direção à Louisiana, disse o governador Bobby Jindal no mesmo evento. Segundo ele, se a mancha passar para o oeste da foz, as correntes marítimas a levarão rapidamente para as áreas costeiras, com potencial de destruir muitos dos viveiros de peixes e camarões da indústria local de pesca.
As informações são da Dow Jones.