Pegada ecológica de Campo Grande é de 3,14 hectares globais por pessoa, maior do que a média global, que é de 2,7. Essa foi a principal conclusão dos estudantes e pesquisadores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), que apresentaram no último dia 13 os resultados do cálculo da pegada da capital do Mato Grosso do Sul.
O estudo foi realizado em parceria com a Prefeitura de Campo Grande (MS) e com organizações como a WWF-Brasil, a Global Footprint Netwoork (GFN) e aecosSISTEMAS, que disponibilizou a maior parte das estatísticas sobre o assunto.
De fato, a população de Campo Grande se excedeu no consumo. O número de 3,14 hectares per capita se torna mais preocupante porque a biocapacidade disponível para cada ser humano é de apenas 1,8 hectare. “É possível traduzir a pegada ecológica em quantos e quais recursos são usados pela população e em quanto isso excede a capacidade de recuperação natural dos ecossistemas”, explicou Michael Becker, coordenador do Programa Pantanal-Cerrado do WWF-Brasil, ao anunciar os resultados.
Essa foi a primeira pesquisa voltada para o cálculo da pegada ecológica, e a escolha de Campo Grande, de acordo com a WWF Brasil, se deve pela proximidade da cidade com o Pantanal e pelo perfil urbano e de consumo dela com outros municípios brasileiros.
“Campo Grande ainda não administra o caos como em outras cidades do Brasil e do mundo. Por isso temos uma oportunidade para que seu desenvolvimento se dê em bases mais sustentáveis”, afirmou a técnica de conservação do WWF-Brasil, Terezinha Martins.
Conclusões
A pesquisa teve como objetivo o desenvolvimento de uma ferramenta de gestão para auxiliar as autoridades na gestão pública, além de alertar e mobilizar a população sobre os hábitos de consumo.
Pelo resultado alarmante da pegada ecológica da cidade, os pesquisadores concluíram que é preciso criar alternativas sustentáveis de consumo e de produção. E essas soluções devem entrar no plano de ação do governo matogrossense sobre a questão.
O fomento à produção de alimentos orgânicos e agroecológicos, à economia solidária e à valorização dos produtos e serviços da agricultura familiar mencionados pelo estudo como possíveis soluções se justificam porque foi registrado, dentro das avaliações feitas, que a maior parte dos legumes consumidos em Campo Grande vinha de fora do estado.
Via ECOD