Fonte: virgula
Há exatamente 41 anos, na noite de 1º de setembro de 1969, a Globo estreava o primeiro telejornal transmitido em rede nacional. Às 19h45, o apresentador Hilton Gomes abriu o programa dizendo “O Jornal Nacional da Rede Globo, um serviço de notícias integrando o Brasil novo, inaugura-se neste momento: imagem e som de todo o Brasil”.
Logo na sequência, entrou o rosto e, principalmente, a voz que se tornou a marca registrada do JN. Cid Moreira, que passaria 27 anos naquela bancada, anunciou: “Dentro de instantes, para vocês, a grande escalada nacional de notícias”.
Naquela edição, a primeira matéria foi sobre a saúde do presidente Costa e Silva, que havia tido uma crise no dia anterior. Outros assuntos de destaque foram o aumento da gasolina e a morte do campeão mundial de pesos-pesados Rocky Marciano.
O primeiro Jornal Nacional foi encerrado com a imagem do 979º gol de Pelé, que garantiu a classificação do Brasil para a Copa do México, em 1970.
Um resumo dessa edição pode ser visto no vídeo abaixo:
Ao longo desses 41 anos, foram incontáveis as mudanças, desde cenários a apresentadores e até mesmo as vinhetas de aberturas. Veja algumas, desde a década de 70:
A primeira abertura, narrada por uma voz bem conhecida, exaltava o fato da notícia unir “setenta milhões de brasileiros”:
Três anos depois, em 1972, já na era da TV colorida, o programa ganhou uma vinheta psicodélica, tanto no visual quanto nos arranjos musicais:
Em 1975, nova mudança. Mas o clima continuou parecido: os tecladinhos ainda estavam lá:
Com o fim dos anos 70, o ar mais formal começava a dar sinais. A vinheta abaixo é de 1981:
Em 1983 o visual já era muito mais “clean”, definindo o estilo que seguiria pelas próximas décadas, apenas se modernizando:
Em 1999, foi feita uma vinheta comemorativa aos 30 anos do noticiário.
Inúmeras também foram as coberturas históricas. Selecionamos algumas das mais marcantes.
Depois da Globo ignorar por muito tempo o movimento, a certa altura se tornou inevitável: era preciso mostrar no Jornal Nacional que o povo queria Diretas Já. Os dois trechos a seguir são da edição de 25 de abril de 1984, data em que a emenda pelas eleições diretas seria votada no Congresso Nacional. Todos os fatos daquele dia foram narrados:
Na edição de 10 de novembro de 1989, o enviado especial Silio Boanera mostrava a festa dos alemães diante da queda do Muro de Berlim, ele próprio de cima do antigo símbolo da separação. A manifestação aconteceu um dia depois da abertura de todas as fronteiras entre as Alemanhas Ocidental e Oriental.
Sem dúvida, uma das edições mais tristes da história do JN foi aquela que mostrou o adeus a Ayrton Senna. Em maio de 1994, 250 mil pessoas estiveram no velório do piloto:
Em 28 de julho de 1998, muita gente ficou surpresa com o destaque dado ao nascimento da “princesa” Sasha, filha de Xuxa. A matéria durou mais de oito minutos, com direito a narração detalhada do primeiro banho do bebê em rede nacional. Naquele dia, Sasha recebeu atenção muito maior do que qualquer outro assunto. Com isso, muitos acusaram a Globo de desvirtuar a função jornalística do Jornal Nacional:
Muito mais séria, claro, foi a histórica edição de 11 de setembro de 2001. Difícil falar sobre qualquer outro assunto naquele dia, a não ser os atentados ao World Trade Center e ao Pentágono:
E, lógico, impossível lembrar a história do Jornal Nacional sem mencionar o episódio Brizola. No dia 15 de março de 1994, aconteceu aquele que muitos consideram o fato mais marcante na história do noticiário. Dois anos antes, Roberto Marinho havia chamado Leonel Brizola de senil, em um editorial no jornal O Globo e no próprio Jornal Nacional. Depois de ganhar direito de resposta, o político enviou o seguinte texto, que o apresentador Cid Moreira foi obrigado a ler no ar: