A alegria invade o coração do povo baiano. A arquidiocese de Salvador se prepara para a beatificação, no próximo domingo, dia 22, daquela que deverá ser a primeira santa baiana: irmã Dulce. Obediente, perseverante, hospitaleira, caridosa, amável.
Santa! A sua beatificação é um presente para a Igreja Católica, em particular para os católicos baianos, uma vez que implica no fortalecimento da fé cristã católica na Bahia e, principalmente, na edificação daqueles que buscam viver na santidade.
Irmã Dulce deixou um legado de valores éticos, morais e religiosos a serem seguidos. Foi uma desbravadora, enfrentou chuva e sol para fazer valer a sua fé nAquele que tudo pode: Jesus Cristo.
E foi essa fé que a impulsionou. O seu SIM foi um sim de entrega total, doando sua vida pela causa dos pobres. Dócil ao chamado de Deus, não hesitou, não desanimou quando decidiu cuidar dos pobres e doentes, ainda criança, pois tinha apenas 13 anos quando sua vocação se revelou. Uma vocação de menina que soube ouvir o chamado de Deus.
Maria Rita, nome de batismo; Irmã Dulce, nome de consagração. E por que não Peregrina do Amor? Mãe da Caridade? Sim, Irmã Dulce foi peregrina do amor. Foi o amor incondicional que a moveu por longos anos. Sua caridade a levou a estender uma mão para pedir, outra, para acolher seus pobres. Não tinha vergonha de pedir para saciar a fome e o frio daqueles que Deus lhe confiou, acreditando na Providência Divina.
Na sua peregrinação pelas ruas e feiras de Salvador, muitas vezes foi criticada, humilhada, porém não se intimidou. Ao contrário, sabiamente ela transformou tudo em unguento para curar as feridas dos seus doentes. Tudo isso serviu para edificar o amor pelos carentes das ruas de Salvador, aqueles que para irmã Dulce eram a sua riqueza, a sua razão de viver. Mesmo debilitada, com a saúde enfraquecida, mostrava bravura na sua missão. E os acolheu e amou até o fim.
Deixou não somente um legado religioso, como também uma complexa instituição com hospital e escola profissionalizante. Tudo conquistado pela perseverança, fé e obediência aos desígnios de Deus. Deus assim o quis e a escolheu para realizar. Ele apontou o caminho e ela o seguiu, passo a passo.
A santidade de irmã Dulce é a confirmação do que Deus quer de cada um: ser santo. É a certeza de que é possível ser santo, caminhar para a santidade num mundo que está se distanciado do essencial: amor ao próximo.
O caminho que o Anjo bom da Bahia, como ficou conhecida, trilhou, é a maior prova de que podemos ser aquilo que Deus nos convida a ser: santos, porque Ele é santo. E que a santidade vá se formando em nós a partir das respostas que damos a Deus.
Com certeza, o exemplo de religiosidade, determinação e entrega deixado por irmã Dulce resume-se numa riqueza imensurável para a igreja e a sociedade baiana. Hoje ela está no céu intercedendo por todos que acreditaram e acreditam nos milagres que Jesus realizou e realizará através da sua intervenção.
E para encerrar, convidamos a todos a assistirem, no próximo dia 22, à cerimônia de beatificação da Irmã Dulce. O Sistema Canção Nova de Comunicação fará a transmissão diretamente do Parque de Exposições de Salvador (BA).
* Maria Jerusa é economista e turismóloga. Membro da comunidade de aliança da Canção Nova em Salvador, BA.