Partidários de Mubarak (parte de baixo da foto) entram em choque com manifestantes contra o governo |
Partidários do presidente do Egito, Hosni Mubarak, saíram às ruas do Cairo nesta quarta-feira para uma manifestação a favor do líder, um dia depois de ele anunciar que não buscará a reeleição nas eleições de setembro. Ao chegar à praça Tahrir, os partidários de Mubarak encontraram manifestantes anti-Mubarak, e os dois grupos entraram em choque.
Segundo a agência AP, milhares de egípcios participam da manifestação a favor de Mubarak, a primeira em grande escala desde que os protestos antigoverno começaram, no dia 25 de janeiro. Ainda de acordo com a agência, os partidários do presidente quebraram uma corrente humana de manifestantes contra o líder, que tentava proteger os milhares de egípcios reunidos na praça Tahrir.
Eles queimaram cartazes que criticavam o presidente e houve pancadaria. Segundo a AP, manifestantes dos dois lados ficaram feridos e alguns foram vistos com sangramento na cabeça.
Os simpatizantes de Mubarak afirmam que ele realizou um bom trabalho nos últimos 30 anos e enquanto alguns apoiam sua decisão de deixar o poder em setembro, outros querem que ele permaneça governando o país por mais um mandato.
Os confrontos começaram horas depois de o Exército ter feito um apelo pelo fim das manifestações. Os manifestantes também anunciaram uma redução em três horas no toque de recolher, que agora vale para o período entre 17h e 7h no horário local (13h e 3h de Brasília). Os serviços de internet também começaram a ser restabelecidos, após cinco dias de bloqueio.
O porta-voz do Exército, Ismail Etman, fez um pronunciamento na televisão estatal no qual pediu que os jovens manifestantes encerrem os protestos “por amor ao Egito”. “Vocês saíram as ruas para expressar suas exigências e vocês são os únicos capazes de trazer a vida normal de volta ao Egito”, afirmou. “Sua mensagem chegou, suas exigências são conhecidas.” Após o pronunciamento, a televisão estatal exibiu uma mensagem de texto que dizia: “As Forças Armadas pedem que os manifestantes voltem para casa para trazer a estabilidade de volta”.