Você acredita que os humanos não precisam de carne vermelha para viver bem? Ou que o ferro da carne não pode ser substituído por nenhum outro alimento? Para responder essas e outras dúvidas, o nutrólogo André Veinert, da clínica Healthme, desvenda os principais mitos e verdades sobre a carne vermelha.
Confira na lista abaixo.
Quem está de dieta não pode consumir carne vermelha
Mito. A carne pode ser consumida por qualquer pessoa, salvo aqueles com alguma patologia específica que impeça a ingestão. Mesmo em planos alimentares restritivos ela sempre está presente. A carne vermelha faz mal à saúde quando é consumida em excesso e quando contém gordura, ou seja, rica em colesterol. Prefira sempre os cortes mais magros, como patinho ou lagarto. Deixe a picanha e o cupim para as ocasiões especiais, como o churrasco do fim de semana.
O ser humano não precisa de carne vermelha para viver bem
Verdade. A carne é uma excelente fonte proteica e de vitaminas, mas não é a única. Todos os alimentos possuem características benéficas, mesmo em diferentes escalas. Vegetarianos podem viver muito bem, desde que consigam ingerir os alimentos em variedade e qualidade corretas para substituir a carne.
Não existe substituto para a carne vermelha
Mito. Quem deseja reduzir o consumo de carne vermelha ou excluir o alimento do cardápio deve estar bem atento ao que irá colocar no prato. É preciso consumir fontes proteicas variadas e em quantidades significativas, como frutas, leguminosas, castanhas e grãos, incluindo soja, feijão, grão de bico e ervilha.
O grande segredo para ser um vegetariano saudável está na diversificação dos alimentos, que é o maior responsável pela melhora da oferta de aminoácidos na dieta. É importante acompanhar junto ao seu médico de confiança se os níveis de ferro e vitamina B12 estão normais. Em caso de alterações nos exames, pode ser necessário repor os nutrientes com medicamentos para evitar a anemia.
O ferro da carne vermelha é melhor do que aquele encontrado nos vegetais
Parcialmente verdade. O ferro encontrado na carne vermelha tem maior taxa de absorção em comparação às fontes vegetais. Essa é a principal diferença entre as fontes animal e vegetal de ferro e tem relação com a estrutura química do mineral, que facilita a absorção do ferro animal. Porém, o ferro presente nos vegetais também é absorvido e metabolizado, mesmo que em menor proporção. As melhores fontes de ferro vegetal são: salsa, grão-de-bico, ervilha, lentilha, agrião, espinafre, beterraba crua, grãos integrais ou enriquecidos, nozes, castanhas, feijão vermelho e frutas secas.
Comer carne vermelha todos os dias pode fazer mal à saúde
Parcialmente verdade. Estudos recentes mostram que seu consumo diário aumenta as chances de doenças cardiovasculares e risco de morte, mas esta ingestão está relacionada aos cortes cheios de gordura ou carne processada, como a salsicha. Dentro de um plano alimentar, o consumo de carne é muito individual, mas, de uma forma geral, ela pode estar presente no cardápio até três vezes por semana. Procure sempre alternar com carnes de ave, peixe ou porco. Elas possuem nutrientes diferentes e trazem outros benefícios ao organismo.
Prato de bife sem gordura, arroz e feijão pode ser parte de uma dieta saudável
Verdade. Um filé de carne magra grelhada (com 90g) possui, em média, 200 Kcal. Com o arroz e feijão, forma um prato rico em carboidratos, aminoácidos essenciais, gorduras (não esqueça que ela também é necessária), ferro e outros minerais, além de vitaminas. É um prato nutricionalmente completo.
A carne vermelha não faz falta ao organismo
Mito. Se os nutrientes presentes na carne vermelha não forem repostos em outros alimentos poderá levar à carência de diferentes nutrientes. A carne é fonte de proteínas, ou seja, rica em aminoácidos essenciais que nosso corpo não produz e só podemos absorver através da alimentação. Também é fonte de vitamina B12, não encontrada em alimentos vegetais, e ferro, que possui melhor qualidade e capacidade de ser utilizado pelo organismo quando comparado ao mineral encontrado nos vegetais.