O portal Goal.com aproveitou o clima de sorteio dos grupos da Copa do Mundo 2010 para relembrar algo que sempre dá pano para a manga: polêmica.
A equipe do site britânico listou as dez partidas mais controversas da história das Copas e, para o alívio do torcedor brasileiro, a seleção canarinho não marcou presença no ranking. Por outro lado, os hermanos argentinos são citados quase todo o tempo… Confira logo abaixo!
10) A queda de Fabio Grosso – Itália x Austrália – 2006
O jogador no topo da lista dos mais malquistos pelos torcedores australianos certamente é o italiano Fabio Grosso.
Tudo começou nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2006. Com um jogador a menos, sem mais substituições para fazer e com os atletas sentindo o cansaço, a Itália estaria em maus lençóis se a partida fosse para a prorrogação.
Foi aí que, nos acréscimos do tempo normal, o lateral Grosso invadiu a área, cortou o zagueiro adversário e se atirou ao chão. Na cobrança, Totti converteu o pênalti que eliminou os “Socceroos”.
Claro que o australiano Neill foi imprudente ao dar um carrinho na área, mas também é óbvio que Grosso estava caçando o pênalti.
9) A vergonha de Gijón – Alemanha Ocidental x Áustria – 1982
De volta à Copa depois de 24 anos, a Argélia tem sede de vingança contra um adversário em especial: a Alemanha.
No Mundial de 1982, os argelinos se tornaram uma sensação ao derrotar os alemães na estreia por 2 a 1. Com quatros pontos em três jogos, a Argélia precisava apenas que a Alemanha não vencesse a Áustria por um ou dois gols de diferença na última rodada.
Já tendo conhecimento do resultado do jogo dos africanos, alemães e austríacos começaram a partida e, aos 10 minutos, a Alemanha abriu o placar.
Sabendo que o resultado classificava ambas as equipes para a próxima fase, por todo o resto do jogo os times praticamente não se atacaram, apenas ficaram tocando a bola de lado. A torcida que acompanhou a partida se revoltou com o que viu. Argelinos sacudiam lenços brancos e dinheiro, enquanto os espanhóis, torcedores do país-sede, gritavam “Fuera! Fuera!” (“Fora! Fora!”).
A Argélia protestou na FIFA, mas não foi atentida. No entanto, a ocorrência causou uma mudança importante nas regras: a partir da Eurocopa de 1984, todos os últimos jogos da fase de grupos seriam obrigatoriamente disputados no mesmo horário para evitar que um time soubesse qual era o resultado que precisa obter para se classificar.
8) O espancamento peruano – Argentina x Peru – 1978
Falou de controvérsia em Copas, falou em Argentina. E, no Mundial de 1978, ocorreu talvez uma das mais absurdas de todos os tempos.
Na segunda fase de grupos, os argentinos precisavam derrotar o Peru por quatro gols ou mais de diferença para se classificarem à final e eliminar o Brasil. Venceram por 6 a 0.
O placar tão elástico estourou o rumor de que o goleiro do Peru, natural da Argentina, teria entregado o jogo, algo que nunca foi provado. Ainda assim, causa estranhamento que uma das mais competitivas seleções peruanas da história, cujo destaque era o meia Cubillas, fosse atropelada com tal facilidade… Mais tarde, os argentinos bateram a Holanda na final e faturaram a Copa.
7) Espanha x Iugoslávia – 1982
A campanha da Espanha, país-sede em 1982, foi pífia. Eles venceram apenas um em cinco jogos, anotando quatro gols. E dois deles foram controversos.
Na estreia contra Honduras, a “Fúria” só conseguiu o empate com um pênalti muito duvidoso. Na sequência, derrota para a Irlanda do Norte por 1 a 0. Os donos da casa avançaram para a segunda fase de grupos graças ao “apito amigo” na vitória de 2 a 1 sobre a Iugoslávia.
Atrás no placar, os espanhóis ganharam um pênalti depois de uma falta sofrida consideravelmente longe da área. Na cobrança, Roberto Ufarte chutou para fora. Sem motivo aparente, o árbitro mandou voltar a cobrança, que foi convertida por Juanito. Mais tarde, a Espanha marcou novamente e eliminou a rival.
6) Para a Rússia com dois impedimentos – URSS x Bélgica – 1986
Nas oitavas de final do Mundial, soviéticos e belgas fizeram um grande jogo, que terminou com a vitória da Bélgica por 4 a 3 na prorrogação. Mas a seleção derrotada reclama, e com certa razão, de que foi muito prejudicada pela arbitragem.
Durante o tempo normal, por duas vezes a União Soviética esteve a frente do placar, mas sofreu dois gols de empate que foram marcados claramente em impedimento.
5) A “violência verbal” de Antonio Rattin – Argentina x Inglaterra – 1966
Jogando em casa, os ingleses venceram a partida por 1 a 0, gol de Hurst. Mas talvez isso não tivesse acontecido sem a expulsão do capitão argentino Antonio Rattin, aos 35 minutos do primeiro tempo, por discutir com o árbitro. Inicialmente ele não queria deixar o campo, mas quando finalmente o fez xingou até a rainha da Inglaterra.
O que os argentinos questionam é que o árbitro não falava espanhol, então como poderia ter expulsado o atleta por discutir com ele se nem ao meno
s compreendia o que Rattin queria dizer? Teria sido a forma raivosa com que o jogador mexia a boca?
4) O mergulho de Rudi Voller – Alemanha Ocidental x Argentina – 1990
A final do Mundial teve novamente a arbitragem como destaque. Após uma campanha sofrível, a Argentina chegou até a final com a moral elevada após eliminar a Itália, dona da casa, nas semifinais. Mas não esperava que o apito jogasse contra ela.
Primeiro, o argentino Manzon levou cartão vermelho após cometer uma suposta falta no alemão Klinsmann, que deu um salto digno de herói de cinema. Faltando cinco minutos para acabar a partida, Voller desabou na área e cavou um pênalti, convertido por Brehme, que sacramentou o terceiro título mundial da Alemanha.
3) Itália, Espanha e Portugal e o “chororô” da conspiração – 2002
Sede do Mundial ao lado do Japão, a Coreia do Sul contou com a boa vontade dos árbitros para alcançar a inédita semifinal da competição.
Na última partida da fase de grupos, contra Portugal, a arbitragem interferiu pela primeira vez em prol dos coreanos, expulsando dois jogadores de Portugal, sendo ambas as decisões consideradas exageradas. E ainda tinha muito mais por vir…
A Itália, mesmo sendo prejudicada pela arbitragem na fase de grupos ao ter quatro gols claros anulados, conseguiu avançar para as oitavas de final. Mas quando os coreanos apareceram pela frente, as coisas mudaram de figura. Na partida, primeiro foi um “gol de ouro” do meio-campista Tomassi, perfeitamente válido, que foi anulado. Já Totti foi expulso por simulação, quando na verdade ele apenas se desequilibrou e caiu. A Coreia do Sul venceu a partida com um “gol de ouro” do atacante Jung-Hwan Ahn.
Na partida seguinte, a Coreia eliminou a Espanha também com muita controvérsia. A “Fúria” teve dois tentos legais anulados e foi eliminada numa polêmica decisão de pênaltis. Irritado, o espanhol Ivan Helguera teve que ser detido pelos companheiros para não agredir o árbitro.
Depois desta partida, portugueses, italianos e espanhóis acusaram a existência de uma conspiração para favorecer a Coreia do Sul.
2) O “gol fantasma” de Hurst – Inglaterra x Alemanha Ocidental – 1966
Em um jogaço na final do Mundial de 1966, os donos da casa empatavam com os alemães por 2 a 2 na prorrogação, quando o inglês Hurst recebeu na área e soltou uma bomba que pegou no travessão, bateu no chão e saiu do gol.
Os jogadores da Terra da Rainha e todos o estádio queriam o tento, enquanto os alemães negavam que a bola tinha entrado. Desta forma, o árbitro suíço Gottfried Dienst foi tirar a dúvida com o auxiliar soviético Tofik Bakhramov, que confirmou o gol.
Anos depois, ficou provado que o chute de Hurst não havia entrado. Dizem que, perguntado no leito de morte a razão pela qual ele tinha validado o gol, Bakhramov respondeu: “Stalingrado”. Era uma referência a batalha entre soviéticos e nazistas na Segunda Guerra Mundial, em que mais de dois milhões de pessoas morreram ou ficaram feridas. Teria o bandeirinha resolvido se vingar dos alemães em grande estilo naquela final?
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1) A “mão de Deus” de Maradona – Argentina x Inglaterra – 1986
Nas quartas de final do Mundial, Maradona aproveitou uma bola rifada pelo meio-campista inglês Hodge e saltou para disputar o lance com o goleiro Shilton, empurrando a pelota para a rede cum o pulso. O árbitro não percebeu e validou o tento que abriu o caminho para a vitória argentina, por 2 a 1, e posterior conquista da Copa daquele ano.
Depois da partida, o craque da Argentina disse que o gol foi “um pouco com a cabeça de Maradona e um pouco com a mão de Deus”, e que também era uma revanche pela Guerra das Malvinas, que ocorreu quatro anos antes. Maradona até hoje é um dos atletas mais odiados entre os ingleses.
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Fonte: Yahoo Notícias