Sunniva Geertinger ficou inconsolável quando seu noivo se suicidou este ano. Para agravar a situação, ela não conseguia cancelar a conta dele no Facebook e sentia-se incomodada com as mensagens que chegavam de gente que não sabia sobre a morte dele, pelas sugestões de contatos que “ele” continuava a enviar e pelas fotos do passado dos dois. Até agora, havia poucos meios para se controlar a vida virtual depois da morte. Mas um novo site oferece um serviço para lidar com correio eletrônico e contas de redes sociais dos falecidos. É o “My Webwill”, lançado primeiro na Suécia e Estados Unidos e já em expansão para Reino Unido e Alemanha, além de outros países.
Os usuários podem escrever um testamento digital com instruções dizendo o que desejam que se faça com suas contas de e-mail e perfis em redes sociais depois que morrerem. Atualmente, um perfil no Facebook, por exemplo, pode permanecer ativo muito depois da morte de seu criador – e em alguns casos, converte-se em enorme tábua de mensagens de condolências, quando não é alvo de brincadeiras, contra o desejo de amigos e familiares do morto.
“Praicamente todos conhecem alguém que morreu e cujo blog permanece ali, ou cujo perfil no Facebook segue enviando sugestões de novos contatos”, disse Lisa Grandberg, co-fundadora do “My Webwill”. “Os sobreviventes têm muita dificuldade para fazer algo a respeito”, acrescentou, de acordo com a agência Associated Press.
Vários serviços – como Legacy Locker, Deathswitch e Slightly Morbid – atuam na vida virtual depois da morte da pessoa, enviando e-mails póstumos a familiares e amigos, por exemplo. Mas Grandberg e a outra fundadora do MyWebwill, Elin Tybring, dizem que o seu serviço é o único que entra nas contas e as gerencia de acordo com os últimos desejos de seus donos.
O serviço básico é gratuito e inclui a desativação de dez contas na internet e a opção de enviar até cinco e-mails escritos pelo cliente.
O serviço preferencial, a um custo de US$ 29 anuais ou US$ 290 pela subscrição em vida, oferece um manejo mais detalhado dos perfis em redes sociais e um número ilimitado de de e-mails póstumos e desativação de contas.
Geertinger, de Estocolmo, disse que estava atormentada por não poder encerrar a conta de seu noivo no Facebook. “Eu não queria que o perfil dele continuasse ali para poder seguir com minha vida”, disse ela à AP. A conta foi encerrada depois que moça passou semanas enviando e-mails à companhia explicando que o noivo morrera e pedindo o fechamento do perfil. Mas é uma ação pouco comum e que vai conta os procedimentos regulares da empresa.
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