Naquela época, as forças opressoras dos colonizadores privilegiavam pessoas de origem portuguesa em detrimento dos brasileiros natos, que eram obrigados a pagar altos impostos. Destes, o mais pesado obrigava o mineiro a entregar a quinta parte da extração de minério à Coroa portuguesa. O não-pagamento do quinto dava origem à de “derrama”, ou seja, cobrança à força de impostos extras. Esse regime gerava descontentamento geral e um clima de insurreição entre os colonos.
Um grupo de intelectuais se uniu então, em prol do fim da derrama e em favor da independência do Brasil; entre eles, estava Tiradentes. O movimento recebeu o nome de “Inconfidência Mineira” e tinha objetivos bastante audaciosos:
– realizar um levante armado no dia da derrama;
– proclamar uma República, cuja capital seria São João del Rei;
– abolir a escravidão;
– fundar uma universidade em Vila Rica, nos moldes da Universidade de Coimbra;
– tornar obrigatório o serviço militar, com prêmio para as mães de convocados;
– confeccionar uma bandeira com um triângulo vermelho dentro de um retângulo branco, com os dizeres Libertas quae sera tamem, (Liberdade ainda que tardia).
Um de seus companheiros, Joaquim Silvério dos Reis, denunciou o grupo; todos foram presos. Os acusados acabaram desertando. Mas tarde, foram degredados para a África. Tiradentes, porém, manteve-se fiel ao ideal, assumindo toda a responsabilidade pelo movimento.
Aos 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado no Rio de Janeiro, sob a acusação de alta traição. Seu corpo foi esquartejado e espalhado por pontos estratégicos da cidade, para coibir futuros opositores.
Pelo seu martírio em prol dos ideais de liberdade da pátria e do indivíduo, Tiradentes foi nomeado Patrono Cívico da Nação Brasileira, e a data de sua execução foi instituída como feriado nacional.