Quem vos disse que tens argumentos fundamentados para afirmardes que o Marxismo Cultural não existe de fato? De onde tirais essa proposição? No desempenho da sua missão, o senhor Marciel luta para conseguir uma defesa seja ela de qualquer espécie. Não é tão fácil ao menos refutar minhas afirmações, como o senhor incansavelmente não tem conseguido resultados; imaginarmos-ia agora apresentar argumentos que comprovem a não existência do marxismo cultural?
“Por conseguinte, tenho visto nos escritos da contemporaneidade uma forma desonesta de contrapor: o deboche. O deboche foi instrumento de muitos homens durante os séculos, mas, o deboche na predominância total de um texto não demonstra argumentos em si, apenas desmerece o argumento antagônico”
Dentre o prazer legitimo de quem tem argumentos suficientes para o apresentamento de uma tese, sempre apresentam-se percalços maliciosos que numa crítica mal fundada tentam derrubar os postulados analíticos propostos. Senhores, vos interrogo pertinentemente o que segue: seria razoável ao combater uma tese o uso de termos de deboche, ou seria mais viável à lógica o uso de uma antítese que refuta os argumentos de forma fundamentada?
Ainda agora, estava eu a ler alguns dos discursos de um ser que me encanta no modo de argumentar. Ele foi um dos únicos brasileiros que em quase tudo que escrevia conseguia inserir o sublime. Mas, não é só a riqueza erudita que encanta as suas letras. É a riqueza do culto saber, de quem estudou para aquilo, ou melhor, que nasceu para aquilo. O que ele escreveu foi belíssimo. É quase, ao ler seus textos, sentir-se nos céus, ou na presença do ser supremo. Assim como meu antagonista, ele foi um baiano, mas, ainda foi homem de saber inigualável, foi ele, Ruy Barbosa.
E lendo seus textos, percebo num parágrafo o quanto é difícil para alguém falar naquilo em que acredita, sem ter que ser alvos de críticas malintencionadas. Vejam só o que ele escreveu:
“Mas para esses mesmos reivindico eu o direito de escrever em toda sua plenitude, embora do exercício dessa liberdade seja eu entre eles quase constantemente, a vítima seleta para as injustiças os assaltos e os baldões”
Indago-me, o que este ser, de saber notável, sofreu de assaltos por parte de quem mesmo sem enxergar, e só eclipsara o brilho de um verdade.
O plano intelectual é imenso meus caros. Há muitas formas de se argumentar. Não quero eu ser injusto com ninguém, pois não suporto a ideia de injustiça. Por conseguinte, tenho visto nos escritos da contemporaneidade uma forma desonesta de contrapor: o deboche. O deboche foi instrumento de muitos homens durante os séculos, mas, o deboche na predominância total de um texto não demonstra argumentos em si, apenas desmerece o argumento antagônico. Pode-se negar isso?
Voltaire usou muito da ironia em seus textos, usou até o ponto de debochar de certas opiniões de forma satírica. Contudo, se vê claramente que sua forma de argumentar além de tudo tem um sentido lógico e algum conteúdo respeitável. Disso não posso negar. Porem, devo dizer que a forma mais respeitosa de se argumentar é sim a fundamentada sem desmerecer o outro.
Prezar pela moral, bons costumes, pela vida, em alguns sentidos virou motivo de risos. É a decadência da humanidade que mais uma vez se precipita a estar nas trevas da daquilo que foi plantado pelo mal. Mário Ferreira dos Santos costumava dizer que idéias velhas, idéias malfazejas que já tinham sido refutadas à seculos, ou até milênios, tornam a submergir numa nova roupagem e se apresentam como a ultima ratio que o homem poderia possuir.
É de se notar a falta de compreensão do sentido da vida, do sentido do emocionar-se, do sentido da fé. Negar essas três premissas estaríamos negando nossos próprios sentimentos. Me darei o direito de divagar sobre mim. Também eu andei nas trevas, houve um período em que não conseguia me identificar, cai no cepticismo, niilismo, gnosticismo, agnosticismo, ateísmo, “desesperismo”, e então: Deus ex machina!
E então a mecânica que rege o mundo foi me apresentada de forma gradual, e apesar de nada saber, sei de algo pouco. Numa ligação em que os orientais sabem um pouco mais que os ocidentais, em analogia digo que meu período de trevas durou relativamente pouco, entrei num processo sistólico e diastólico. A filosofia ocidental como sendo autotélica majoritariamente tem um aprofundamento sensível nos mistérios que permeiam o mundo.
Foi depois de ler Nietzsche, Schopenhauer, Marx, Montesquieu, e algumas outras doutrinas em que podia até concordar em muitos pontos, mas minh’alma não se identificava e precisava de algo mais profundo, algo mais real. Foi ai que tive o prazer de descobrir Mario Ferreira dos Santos, que dai pra diante me proporcionou ler muita coisa boa, muita coisa que me identificava, me tornei mais vivo.
Progredi num estudo mais honesto dentro da filosofia escolástica. Na verdade quem me trouxe novamente à religião foi um filosofo escolástico, um dos primeiros, Santo Anselmo. Apesar de já ter lido muita coisa ateia, me surpreendi pela lógica superior dos escolásticos em mostrar que há em verdade algo supremo. Os três livros de minha conversão foram: “Monológio”, “Proslógio” e “O Gramático”. Essenciais para quem quer um aprofundamento no estudo de saber se há mesmo um Deus. São todos livros lógicos e não de Teologia. Depois de ler o primeiro deles ri de mim mesmo por lembrar que quando li o livro “Deus, um delírio” de Dawkins me fez pensar que aquilo era um argumento. Inclusive este último é um puro deboche, como é peculiar dessa corrente. Mas respeito todos os ateístas como pessoas.
Bem, voltando ao assunto… Como visto, há sim vários níveis de exegese textuais relativamente a cada leitor. No entanto, acredito que todos meus leitores que por mais que não sejam lexicógrafos, nem profundos hermenêuticos textuais, compreenderam. A técnica que meu antagonista verbera que usei é uma falácia, não distorci, e mostrarei que ele mesmo não entendeu que as minhas palavras não foram usadas para coloca-lo contra os grupos que ele mesmo citou, mas sim para defende-los.
Vejamos que, quando eu citei os quatro exemplos que meu contraditor inseriu na seu primeiro texto eu afirmei que “mostra em quais vertentes sua ideologia é formada”. Isso deixa claramente evidente que o que afirmo é que ele defendeu os grupos que essas pessoas faziam parte. Por mal interpretação, ipso facto, ele ainda se defende dizendo que não atacou os grupos, ora isto é evidente; mas por que resvala na confusão? Simples, meu antagônico mal se entende.
Meu crítico afirma: “Faltou pouco para eu colocar Darwin Awards no “prêmio” do deboche…”. Olha, eu não me importo se o senhor quer colocar Darwin Awards no prêmio do deboche, aliás, eu não sei como o senhor vai conseguir fazer isso.
Pelo menos para mim também não causa impressão boa, ver que afirma que participou da Desciclopédia, ora, se afirmasse que leu livros que poderiam comprovar a inveracidade dos meus textos tudo bem. Ou se afirmasse que participou de cursos, ou tinha uma formação acadêmica respeitável, aceitaria de bom grado e o respeito pelo senhor iria crescer ainda mais. Mas o que me apresenta? Editor do Desciclopédia? O que quer que faça? Para mim isso só mostra que aprendeu como se deve debochar. Não entendo no que isso pode servir, não estamos num concurso de humor.
Não li suas postagens do seu blog, para o seu desagrado ou agrado. E olha, o senhor está se saindo muito bem na divulgação da sua “obra”, parabéns, continue assim, quem sabe não encontra um trabalho de “marketeiro”.
Respondendo a sua pergunta final vou lhe responder. Lhe contraponho por que não posso convir que alguém venha me rotular das coisas que me tem feito. E além do mais desinformado é o senhor Marciel, esse sim pode ser a junção de desinformado e desonesto.