Tenho de parabenizar o caro colega Felipe pela sua grandiosa sapiência em abordar o interessantissimo assunto do Marxismo Cultural, que é tão conhecido a ponto de ser desconhecido pelos próprios marxistas.
A sério, o cara é um gênio e merece um prêmio pela sua grandiosa descoberta quanto ao funcionamento político da esquerda ocidental, coisa que os próprios esquerdistas desconhecem completamente.
Vamos lá nos reunir lá todos em prol do Ocidente, que precisa de um salvador do mundo na linha do Capitão Planeta, que seja invocado na base dos “quatro elementos” e do coração.
Tem de se defender a nossa preciosa cultura ocidental enchendo de porrada as feministas até porque como já dizia Nelson Rodrigues, mulher gosta de apanhar e por isso mesmo, a lei Maria da Penha só serve para mandar os homens de bem pra cadeia.
E quanto aos viados, tem mesmo é que morrer tudo de AIDS, sendo que aqueles que porventura não morrerem tem de ser encaminhados para a sacrossanta Igreja Universal do Rico Dízimo para serem curados e deixarem de vez o homossexualismo.
Ainda tem os ateus, grandes infiéis que são um grande perigo por serem os grandes senhores do desencaminhamento e que pelo visto tem pacto com o Capeta, até porque quem não crê em Deus e não tem Jesus no Coração com certeza não é gente do bem.
Se querem saber, esse bando de filho da puta esquerdista, viado, feminista, ateu e o diabo a quatro tem mais é que aguentar o inferno na terra e ser currado pelo Capeta em pessoa depois de morrer.
Agora parou… Acabou a brincadeira, porque até mesmo a ironia tem os seus limites e se escrevi todo este ensaio escatológico, foi justamente para ironizar o posicionamento de grande parte das pessoas que aceitaram sem questionar os textos sob os títulos Marxismo Cultural vs. Ocidente I e II.
Tenho consciência de que esse texto que escrevi é completamente grotesco e cheio de estigmas preconceituosos, mas usei tal abordagem justamente para ilustrar o enorme perigo que é tratar de um assunto do qual você não tem o devido conhecimento de causa.
É temerário você abordar um assunto político relevante a partir de uma única posição política, que porventura você aceite sem restrições pela convergencia com a sua posição pessoal.
Isso se torna ainda pior quando você aceita tal posição sem questionar por não ter o devido conhecimento da área, desconhecendo as várias vertentes e as várias posições presentes no campo da política.
Na hora de tratar um assunto desses, é inconveniente ficar preso a dogmatismos, sendo importante acima de tudo buscar conhecer ao máximo a questão buscando informações e posições entre os vários grupos que compõem o nosso quadro político.
O que venho ilustrar é que o termo Marxismo Cultural é um sofisma que não corresponde a realidade política do país, sendo que mesmo considerando as eventuais convergências entre a esquerda marxista e a esquerda ativista, tais grupos não tem exatamente a mesma visão política.
É o mesmo que misturar alhos com bugalhos e não é porque tais grupos não tenham a mesma relevância política que a cúpula do PT em Brasília que os mesmos devam ser jogados sob o estigma dessa simplificação grosseira e absurdamente grotesca.