Por MARCELA FIGUEIREDO
SÃO PAULO – Nos Estados Unidos, o dia 4 de julho é um dos mais importantes do calendário. É nesta data que se celebra a independência do país, um dos mais influentes do mundo. Conhecidos pelo patriotismo, os norte-americanos sempre gostaram de enaltecer seu espírito libertário, e, neste quesito, motivo é o que não falta, já que por mais de 150 anos foram “experimento” de testes para a ambiciosa Inglaterra capitalista.
Descobrir o porquê disso, sem dúvida, é muito importante para sabermos mais sobre este país. E relembrar o fato histórico de 4 de julho pode ser uma aventura e tanto! E para quem pensa que a leitura é o único modo de estudo está muito enganado! Assistindo a filmes você também pode aprender história e, em alguns casos, até melhor do que nos livros. Quer dicas para correr para a locadora?
O Famosidades preparou para você uma lista de filmes que tratam do assunto. Confira!
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“Independence Day”: Como o próprio nome diz, esse é o filme mais famoso sobre a independência norte-americana. Com um pano de fundo ambientado em um universo alienígena, a trama mostra o momento em que sistemas de comunicação do mundo inteiro se transformam em um caos. Por conta de uma estranha interferência atmosférica, logo se descobre que enormes objetos estão em curso de colisão com a Terra.
A guerra começa de forma esmagadora e nem armas nucleares conseguem destruir a blindagem protetora. Com a chegada do dia 4 de julho surge uma possibilidade de vencer o invasor, e é nessa hora que todas as nações precisam se unir, pois o que está em jogo é a existência da raça humana.
Apesar de um sucesso comercial considerável (o filme arrecadou R$ 600 milhões apenas nos Estados Unidos), o filme estrelado por Will Smith foi ridicularizado por alguns, que criticaram o roteiro com acontecimentos previsíveis e atuações fracas.
“O Último dos Moicanos”: É uma história de amor sem fronteiras, uma espécie de recriação detalhada da turbulenta América colonial.
No século XVIII, em meio à guerra entre franceses e ingleses no continente norte-americano, um homem branco criado pelos índios tenta defender sua tribo dos ataques. Mas o pior conflito desse homem se dá quando ele se apaixona pela filha de um oficial britânico e terá que enfrentar a ira do vingativo Magua.
Produção da era silenciosa, essa é a primeira adaptação em longa-metragem da obra clássica de James Fenimore Cooper.
Para muitos, a história é típica de um filme “para se viver”, justamente devido ao tipo de montagem e dinamismo que foi dado ao longa. O que mais impressiona é a capacidade que a história tem de colocar em cheque vários questionamentos que o filme remete. Com isso, muitas pessoas se emocionaram nos cinemas, não pela tristeza da história em si, e sim por refletir sobre os próprios atos.
“O Último dos Moicanos” é uma obra singular, dono de uma trilha musical impecável! Prova disso: foi premiado no Oscar com a melhor trilha sonora. Realmente é uma obra para ver e rever quantas vezes for preciso.
“O Patriota”: A histórianarra o nascimento de uma nação com som, fúria, tiros e pancadaria, do jeito que o público de Mel Gibson gosta! O personagem de Gibson, em nome da unidade de sua família, se coloca contra o alistamento para combater os colonizadores ingleses.
Mas, após mexerem com sua família, Benjamin Martin (Gibson) se torna um dos líderes da guerra que os americanos movem contra os colonizadores. Tudo isso, é claro, encenado segundo a lógica de Hollywood, com muita gente nas cenas de combates e puro maniqueísmo na concepção dos personagens.
Como em “Independence Day”, trata-se de uma coletânea de clichês. Tratados com ironia, poderiam divertir, mas o diretor Emmerich leva sua “patriotada” a sério e longe demais.
O próprio público americano não se dispôs muito a embarcar na aventura. “O Patriota” é ideologicamente discutível, para não dizer repulsivo, como expressão de um colonialismo cultural que tenta dominar os corações e mentes de seus espectadores.
“A Canção da Vitória”: É um filme de 1942, do gênero drama musical e patriótico, que romanceia a biografia de George M. Cohan, um dos pioneiros da Broadway, considerado o pai da comédia musical. Desde criança, Cohan já mostrava talento, fazendo apresentações com sua família em espetáculos de Vaudeville.
O longa, que é ágil e cheio de energia, foi considerado “culturalmente significativo” pela Biblioteca do Congresso e selecionado para preservação pelo National Film Registry. Ele ocupa a 18ª colocação na lista dos 25 maiores musicais estadunidenses de todos os tempos.
Dono da última cadeira entre a famosa lista de 100 maiores filmes americanos do American Film Institute, “A Canção da Vitória” é um tributo ao patriotismo norte-americano. Este, porém, consegue deixar de ser piegas e insuportável, podendo arrancar aplausos até mesmo dos maiores anti-americanos, desde que os mesmos sejam amantes do cinema.
O filme apenas não é perfeito, e ainda mais inesquecível, por ter sua primeira metade muito lenta. Como todo, ou quase, filme autobiográfico que se preze, este também não deixa de ter seus momentos desinteressantes. Apesar disso, é um belo musical que entrou para a história de forma merecida, e é digno de ser redescoberto por novos públicos.
“A Duquesa”: Conta a história de uma mulher que, tendo aceitado, na juventude, o que a sociedade patriarcal inglesa lhe impôs, se vê obrigada a se sacrificar a fim de manter as aparências de dignidade da nobreza num momento de ebulição política, marcado pela Revolução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos.
O roteiro elaborado por Saul Dibb, em colaboração com Jeffrey Hatcher e Anders Thomas Jensen, é baseado no livro “Duchess of Devonshire”, de Amanda Foreman. Pelo belo tratamento cinematográfico, as cenas iniciais dão a impressão de que não se trata de um mero filme de época, e sim de um trabalho de fôlego e de originalidade, tanto com ambientação, beleza do figurino, quanto a mestresa das interpretações e principalmente pela composição das cenas com os planos fotográficos.
Pena que a promessa fique nisso, ou melhor, que seja apenas nesses breves momentos iniciais que Dibb acerta na condução de sua narrativa. A partir de então, seu trabalho mergulha no convencional, arrastando temas por demais explorados em filmes do gênero, como a obrigação da mulher aceitar criar uma criança nascida de antiga relação de um homem com uma empregada.
De qualquer forma, o cineasta não deixa cair o ritmo: Ele se apoia em um bom trabalho de edição de Masahiro Hirakubo, e na trilha musical produzida por Rachel Portman. Apesar de ser um filme informativo, não é dos melhores roteiros!
“O Sol é Para Todos”: É um dos primeiros filmes a tratar a intolerância racial e a discriminação nos Estados Unidos de forma real, sem pieguismos e sem presunções. É um filme no qual um homem branco educa seus filhos, ensinando-os a respeitar qualquer pessoa, seja ela quem for.
No entanto, este homem enfrenta os obstáculos de uma sociedade mesquinha e relutante. É como diz o personagem de Gregory Peck: “Para viver melhor, considere o ponto de vista do outro até sentir na sua pele e vivê-lo. Tão bom seria se o sol fosse para todos”.
O longa é arrebatador, sensível, marcante e memorável, merecedor de ser considerado um dos cinquenta melhores filmes de todos os tempos. Adaptação da obra “To Kill a Mockingbird” de Harper Lee pelo roteirista Horton Foote, é um drama sobre o melhor e o pior do ser humano e as crueldades e desumanidades de que somos capazes de cometer.
Na ficção, Gregory Peck se entrega totalmente ao personagem. Fica difícil imaginar outro ator interpretando Atticus, que é o que deveríamos considerar um verdadeiro herói.
Como não poderia ser diferente, ele arrematou o Oscar de melhor ator do ano. E “O Sol é Para Todos” ainda ganhou o prêmio pela excelente direção de arte, que conseguiu atingir o objetivo primordial, que é fazer com que os espectadores se sintam realmente inseridos na época retratada.
Fonte: MSN