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Marina e PV anunciam neutralidade no 2º turno

O Partido Verde decidiu na tarde deste domingo que ficará neutro no segundo turno da eleição presidencial. A decisão foi tomada em convenção do partido realizada em São Paulo. Dos cerca de 92 delegados presentes com direito a voto, apenas quatro se manifestaram contra a neutralidade, em favor do apoio a um dos dois candidatos.

Terceira colocada no primeiro turno da eleição, a senadora Marina Silva (PV-AC) manifestou-se lendo uma carta aberta direcionada aos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Marina disse que optou por esse caminho em “respeito ao povo brasileiro” e fez duras críticas à forma como os dois presidenciáveis tem encaminhado as discussões políticas nesse segundo turno
O PV também decidiu que as lideranças nacionais e executivas, como o presidente nacional e seu vice, José Luiz Penna e Alfredo Sirkis, não poderão abrir o voto deles. O entendimento é que a manifestação poderia confundir o eleitor. Assim como eles, os presidentes regionais da sigla no Rio, São Paulo e Minas também nao poderão manifestar apoio público para presidência da República.
Embora a posição de neutralidade tenha sido quase unânime na convenção, o professor José Eli da Veiga, da Unicamp, um dos mais importantes acadêmicos que ajudou a construir o plano de governo de Marina deixou o local contrariado. Ele concordou com a posição de neutralidade, mas se disse favorável a uma “objeção de consciência”, onde o partido declararia voto nulo ou a abstenção nas eleições.
O acadêmico considera um ” enorme retrocesso” o atual debate eleitoral baseado em convicções religiosas e diz que a independência não dá contra da gravidade do problema que o Brasil enfrenta e se isenta de uma posição de fato contrária ao atual momento político.
Para Fornazieri, cientista político e diretor acadêmico da Fesp (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), a neutralidade da verde pode favorecer ainda mais a candidatura de Dilma. A petista terminou o primeiro turno da disputa com 46,9% dos votos, contra 32,6% de Serra.

Como já era esparado essa decisão do PV e da Marina, a neutralidade não é ruim para a Dilma., mas para o Serra é desastroso. […] Para o Serra a única coisa boa é que a Marina apoiasse a candidatura dele.

“A carta da Marina é boa, mas tem o equívoco enorme. Tudo que ela diz lá são argumentos mais que necessário para fazermos um apelo para a objeção de consciência, não pela independência, que sugere que a decisão do eleitor seja pelo candidato mais simpático. O momento do Brasil é grave e tenho a impressão que o PV não percebeu isso”, avaliou Veiga.
Ig