FAMOSIDADES

SÃO PAULO – Cissa Guimarães surpreendeu a todos quando resolveu retomar o trabalho apenas duas semanas depois de perder o filho Rafael, de 18 anos, atropelado em um túnel fechado para veículos, no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada junto com várias pessoas: terapeuta, advogado, sócia e aos filhos da atriz. “Claro que eles perguntaram se eu não estava adiantando as coisas. Mas o trabalho dá sentido à minha vida”, explicou ela em entrevista à revista “Veja”.
E é assim, apegando-se ao trabalho e aos amigos próximos, que Cissa encontrou forças para levantar da cama todos os dias. “Talvez eu nunca volte a ser inteiramente feliz. Mas não estou em depressão. Eu abro os olhos, me sento na cama, rezo e, muitas vezes, choro. Daí, respiro e me levanto”, desabafou.
Apesar de ser uma mulher de fibra, claro que a atriz tem passado momentos de dor intensa. Atualmente, ela faz análise e terapia pontual com uma médica oncologista com experiência em cuidar de pessoas à beira da morte e também dos familiares assim que esses pacientes se vão. Depois de ficar sem apetite e perder peso, a mãe resolveu contratar uma nutricionista.
A presença constante de amigos e familiares é, para a atriz, essencial. “Ficar sozinha para mim, neste momento, não dá. As pessoas quando são operadas de uma coisa grave não têm um enfermeiro? Eu estou mais ou menos assim.”
Cissa acredita que o fato de ser uma pessoa pública e ter perdido o filho caçula de maneira trágica tem um lado bom e outro ruim. “Eu fiquei muito exposta, fui muito assediada”, confessou à publicação. “Por outro lado, eu acho ótimo que o país inteiro saiba que um crime desses foi cometido. Vou usar todas as possibilidades que tenho, inclusive minha posição, para fazer com que a Justiça funcione.”
A mesma mulher que encontra disposição para lutar por justiça também crê que o sofrimento seja capaz de trazer ensinamentos e crescimento pessoal. “Se com a perda de um filho eu não me tornar uma pessoa melhor, o que é que estou fazendo aqui?”, questionou.
Perguntada sobre seu estado de espírito, ela não tentou disfarçar a dor de uma perda tão grande. “Eu estou sangrando. Talvez minha pulsão de vida não volte a ser como era antes, porque eu fui amputada. Mas vou melhorar”, disse, esperançosa.

Fonte: MSN