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África do Sul 2010: Aspectos verdes e não tão verdes do futebol

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O estádio Moses Mabhid, na cidade de Durban, um dos espaços construídos para a Copa. Foto ©Marcus Bredt vía Inhabitat.
A Copa do Mundo é o primeiro torneio no continente africano e ele traz impactos positivos e negativos. Para a África do Sul, trata-se de uma fonte de lucros e uma possibilidade de desenvolvimento sem precedentes, com milhares de pessoas viajando pelo país e deixando divisas no consumo de produtos e serviços. Mas para o meio ambiente, o evento representa um aumento de pressão no consumo de recursos como água e energia, além de toneladas de emissões de gases do efeito-estufa geradas pelos voos ao redor do planeta.

Qual é o impacto ambiental da Copa e que ações foram tomadas para amenizá-lo?

De acordo com um relatório intitulado Estudo de Viabilidade para uma Copa do Mundo Neutra em Carbono na África do Sul 2010, citado pelo GMO Journal, a edição deste ano do mundial de futebol terá uma pegada de carbono oito vezes maior que a da realizada na Alemanha em 2006, e mais do que o dobro do impacto das Olimpíadas de Pequim de 2008.

Calcula-se que o torneio produzirá mais de 2,7 toneladas de emissões de gases do efeito-estufa, tornando-se o evento esportivo mais poluidor desde o início do registro de emissões. O transporte internacional será responsável pela grande maioria das emissões: cerca de 67%. As demais estão relacionadas ao uso de energia, hospedagem de pessoas, construção de estádios e consumo de energia nos mesmos.

Uma das razões para a pegada maior de carbono é o transporte deficiente da África do Sul, fazendo com que as equipes e assistentes tenham de voar entre as diferentes partidas, e obrigando o público dos jogos a usar mais carros e ônibus (em vez de, por exemplo, trens e metrôs) dentro das cidades.

No entanto, o evento também é uma oportunidade para as cidades tomarem iniciativas verdes. Por exemplo, na Cidade do Cabo e em vários aeroportos internacionais das cidades que abrigarão os jogos, foram instalados mais de 1200 recipientes para materiais recicláveis. Além disso, as cidades plantaram milhares de árvores e criaram novos espaços verdes.

Por outro lado, mais da metade das equipes de futebol que participam da Copa se comprometeram a compensar suas emissões de carbono apoiando um dos três projetos escolhidos pela UNEP (Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas) para este fim. Da América Latina, Argentina, Brasil, Chile e Uruguai participam da iniciativa.

Marcas como Nike, Puma e Coca Cola já fizeram sua contribuição; a primeira fabricou camisetas de materiais reciclados para suas equipes, a segunda compensou as emissões de carbono da equipe anfitriã da Copa, e a terceira está promovendo a reciclagem nas escolas.

Enumerar estas iniciativas dá um sabor mais doce ao evento, mas não se pode esquecer que estes torneios envolvem grandes negócios baseados no consumismo, que pouco tem a ver com sustentabilidade.

Será que a África do Sul passará no teste verde? A existência destes eventos vale a pena, apesar de seu impacto? Qual é a sua opinião?

Fonte: Planet Green