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11/11/11: Afinal, o que há de tão surpreendente numa data?

A data de hoje, 11/11/11, é o assunto mais comentado nas redes sociais no mundo inteiro. Exatamente às 11 horas e 11 minutos muitos internautas postaram mensagens chamando atenção sobre essa coincidência. Alguns acordaram com medo desta data singular, alguns achando que algo extraordinário vai acontecer e outros aproveitaram para fazer piadas com o assunto. Essa coincidência com o número no calendário só vai se repetir daqui a mil anos, em 11/11/3011.

A única “data binária” de uma geração. A abertura de um portal para outras dimensões. O começo do fim do mundo. O vencimento da fatura do cartão de crédito. Seja como for, hoje é o dia: 11/11/11 chegou, trazendo muita expectativa a uma parte significativa dos habitantes da Terra. É bem provável, contudo, que para a maioria de nós o fim deste dia chegue sem grandes complicações a não ser o trânsito pré-feriadão.

A verdade é que, em relação a datas, há problemas mais sérios a enfrentar – e eles são maiores que meras superstições matemáticas. Eis algumas datas que preocuparam ou deveriam preocupar mais nerds, geeks e profissionais em TI – não necessariamente nesta ordem.

31/12/1999 – Foi a véspera do tão comentado Bug do Milênio, resultado de milhões de linhas de código (na maioria, Cobol) que reservavam ao campo “ano” das datas apenas dois dígitos. Temia-se que, no dia seguinte, os computadores voltassem a 1/1/1900, calculando contas com juros acumulados de um século. Os mais apocalípticos imaginavam panes em sistemas críticos, como os de bancos e usinas nucleares. Como deu para notar, sobrevivemos sem muitos danos – a não ser por alguns PCs antigos cujos relógios teimavam em permanecer no século XX.

31/12/2016 – Pelas palavras do ministro das Comunicações Paulo Bernardo, este será o dia em que as emissoras de TV aberta do Brasil terão de desligar seus transmissores analógicos. Dessa forma, o show pirotécnico da praia de Copacabana nos primeiros minutos de 1/1/2017 só poderá ser visto, pela TV aberta, por quem tiver um aparelho com recepção digital. Diante da grande penetração da TV nos lares – superior a 95%, segundo o IBGE, perdendo apenas para o fogão – e pelo preço atual dos aparelhos com conversor digital embutido (mais de R$ 1 mil), há quem aposte que a data será adiada. Afinal, nem todo mundo pode gastar os tubos para trocar a TV de tubo por uma LCD.

19/1/2038 – Para a orgulhosa legião de programadores em linguagem C, este será o dia em que poderão viver as emoções que os velhos programadores Cobol tiveram com o Bug do Milênio. De acordo com as especificações padrão da linguagem, um campo definido como tipo “data” utiliza 32 bits e, por isso, pode armazenar no máximo 2 elevado a 31 (um dos bits é reservado ao sinal). Aplicado ao calendário, isso nos leva à data limite de 19 de janeiro de 2038, às 3h14m07 – no segundo seguinte, o computador voltaria a 13/1/1901, que curiosamente era uma sexta-feira (daí também chamarem o caso de “bug da sexta-feira 13″). Felizmente, a solução já existe: guardar datas em campos de 64 bits. Pode deixar que em 2037 voltaremos a falar do assunto.

1/1/10000 – Sim, você leu certo. Há mais um bug de datas no horizonte, e ele virá quando os computadores tiverem de armazenar anos com cinco dígitos em vez de quatro. O bug Y10000 foi descoberto quando alguém tentou acrescentar um dia à data 31/12/9999 no Excel (o banco de dados Access traz o mesmo “problema”). Mas talvez não haja tanto motivo para preocupação pois, como lembram os sábios da Wikipedia, “é muito provável que até lá nenhuma tecnologia atual deverá permanecer em uso e talvez o calendário gregoriano nem seja mais usado”. De fato: de acordo com a ficção científica “Duna”, de Frank Herbert, que se passa em 20000, no ano 10000 o uso de computadores e inteligência artificial terá sido proibido, o que de certa forma resolverá este e muitos outros problemas.

Com informações do IDGNOW

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